PORTO
Chegamos no Porto! E nada mal para a primeira aventura pela Europa de mochilão. E Se tem um lugar fácil de viajar é por essas bandas, claro que chegamos com um pouquinho mais de planejamento que estamos habituados, já que nossa casa estava guardada em outro continente, com duas primeiras noites de hospedagem reservadas, anotações de como ir de metrô do aeroporto para nosso hostel, uma lista do que fazer e principalmente o que comer, chegamos num lugar onde tudo parecia perfeito. E quem acha que uma viagem assim é cara se engana, começamos nos hospedando no “Oporto City Hostel”, lindo, limpissimo e barato, pagamos nove euros por noite, com uma cozinha maravilhosa e pertinho de tudo. Guardamos as mochilas, descemos no supermercado e já fizemos grandes descobertas… a melhor delas, queijo “brie” por um euro, tomamos belo um cafezão e bóra… tínhamos muito que explorar!
Que lindo é Porto! Mas, tem que estar com as pernocas preparadas para andar muito, as ladeiras intermináveis e com as vistas mais impressionantes estão por toda parte, certeza que essa é uma das maiores características de Porto e explorar a cidade a pé é realmente a melhor opção, você não perde nenhum detalhe e a cidade é cheia deles. Cada balcão de prédio histórico, cada rua, as igrejas, os telhados, tudo se encaixa, se completa. O “Centro Histórico” localizado em “Ribeira” foi construído nos montes e de frente ao “Rio Douro”, coisa linda de ver e a movimentação de tantos turistas é encantadora. Demos muita sorte, estivemos lá em março e muitos nos diziam que ainda chove muito nessa época, ainda pegamos um pouquinho de frio mas colocamos o pé na Europa da melhor forma possível, Porto simplesmente nos fascinou.
Em nossa imaginação, sobre como seria Portugal sempre vieram em mente as comidas, bacalhau, vinho do porto e aquele montão de doces maravilhosos! A materialização destes pensamentos se concretizou logo na primeira esquina, já estavam todos lá! Não sei se isso acontece com todo mundo, mas quando começamos planejar uma viagem, primeiro vem a lista dos pontos de interesse, e logo a pesquisa mais alegre e interessante, que é sobre a comida local e tudo aquilo que não podemos deixar de provar. Comer bem, sem dúvida é requisito para uma boa viagem e não estamos falando de resturantes cinco estrelas, queremos comer o que o povo local come, a comida do dia a dia e aquelas delícias que se escondem em pequenas portinhas, onde muitas vezes estarão os sabores que você jamais esquecerá na vida. Certeza que a comida é patrimônio cultural de Portugal e só por isso já valeria a pena conhecer esse país, pode acreditar no que eu vou te dizer, a primeira mordida num “Pastel de Belém” recém tirado do forno terá um efeito devastador na sua vida.
E depois de toda essa comilança chegou a hora de um encontro muito esperado; Esse é nosso amigo “Silvio”, que foi morar em Portugal e tem doutorado em alegria, caridade e amor ao próximo, com ele e o outro amigo muito especial, o “Flávio Palhaço Frangolino”, tivemos uma das experências mais humanas das nossas vidas; alguns anos atrás, acompanhamos eles numa visita do Olhar do Palhaço no Hospital São Paulo, onde realizam um trabalho muito nobre, levando alegria e atenção às crianças internadas. Obrigada “Doutor Lorenzo” por nos receber com tanto carinho, pelo nosso passeio, a conversa boa e pelo seu riso cheio de sabedoria.
ÓBIDOS
Foram quatro dias em Porto e da casa do nosso amigão “Silvio” seguimos para Lisboa, então fechamos nosso primeiro “BláBláCar” (Aplicativo que busca por pessoas que viajam para o mesmo destino de carro, dividindo os gastos). Compartilhar uma viagem longa com alguém que você não conhece, tem grandes chances de ser bem chato, mas também pode ser muito legal… como gente boa sempre cruza nosso caminho, não poderia ter sido diferente. Com seu carro velhinho, muito tímido e se desculpando, chegou o “Pedro”, pouco a pouco fomos batendo papo, logo estávamos rindo, contando histórias e aproveitando a viagem de 320 quilômetros até Lisboa. No caminho nos perguntou se gostaríamos de passar em algum lugar e dissemos que gostaríamos muito de conhecer “Óbidos” que estava justo ali, e assim, juntos passamos uma tarde sensacional com o novo amigo.
A vila medieval de “Óbidos” é uma das mais pitorescas e bem preservadas de Portugal, dentro das muralhas encontra-se um castelo super conservado, um labirinto de ruas com casinhas brancas e suas janelas floridas, que formam um lugar inspirador, numa região lindíssima. Pena que nossa visita foi curta, mas vimos o suficiente para nos encantarmos e mais um lugar para colocar na lista “voltar um dia”.
Até aqui Portugal tinha sido exatamente o que esperávamos e com a facilidade de viajar num país que fala nosso idioma, outro ponto interessante foi a experiência de viajar sem o nosso carro e esse foi um momento de liberdade extrema. Quando colocamos essas mochilas nas costas tivemos a impressão que poderíamos caminhar com elas o resto da vida, sem pressa e sem limites, fazia um tempo que não tínhamos a real dimensão de quanto somos afortunados, porque mesmo viajando tanto tempo de carro a sensação era completamente diferente. Pela primeira vez iríamos explorar outro continente e ainda tínhamos quarenta dias pela frente, isso era muito empolgante!
Vendo essas fotos deu vontade de voltar! Próximo post sobre Lisboa, Sintra e Lagos.
agosto 23, 2019 at 2:27 am
ADOREI!