Depois das despedidas de nossos amigos em Pasto, seguimos em direção a Popayán, a capital do departamento de Cauca, conhecida como “Ciudad Blanca”, caminhar pelo centro, apreciar as construções coloniais sentados de baixo de uma árvore gigante e florida, com seus casarões e igrejas, isso pede um sorvete na pracinha e observar a vida tranquila dos que vivem  por ali. Mas tal tranquilidade não durou muito… Quando resolvemos ir a San Agustín, um parque arqueológico a 135 quilômetros de distância, mas que pelas condições da estrada demoramos quase sete horas para chegar, sem contar a surpresa da volta…mas essa história é para depois.

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A estrada que passa pelo páramo  do Parque Nacional Puracê, repleta de frailejónes, uma vegetação típica andina é divina,  com campos que se perdem de vista, a mata virgem, o cheiro do mato… e nas zonas de alta vegetação a fauna variada esconde até os “Osos de Anteojos” a única espécie de urso sul-americano. Um lugar mágico.

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O Parque Arqueológico San Agustín é um lugar interessante para conhecer, declarado patrimônio da humanidade é um dos mais importantes espaços arqueológicos da Colômbia.

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Nessa mesma estrada que leva ao sitio arqueológico,  passamos pelo momento mais espantoso de toda viagem, foi ai que fomos parados pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), quando voltávamos de San Agustín.

Num primeiro momento não entendemos bem o que estava acontecendo, quando vimos o carro que ia à nossa frente parado, com alguns “militares”  no meio da estrada de terra com mata por todos os lados… foram as famosas botas de plástico, aquelas de lavar quintal, que nos fizeram notar a diferença… Sim! São das FARC!!! Após uma série de perguntas e pedirem dinheiro, uma tal colaboração alegando que estavam ali para proteger a selva (???????) nos liberaram após darmos umas frutas, pães e umas bolachas já meio passadas, dinheiro não demos. Em nenhum momento foram grosseiros, muito pelo contrário, o que conversou conosco, um campesino, muito jovem,  foi muito educado. Estavam em  três e  quando nos despedimos vimos que mais alguns saíram da mata.

Sem esquecer que são bandidos, narcotraficantes e gente do mal, armados até os dentes, tanta simpatia não combinava com a metralhadora e a automática que junto ao corpo, apontava para nós, preparados para atirar e fazer o mal a qualquer pessoa que eles elegessem, poderiam ter nos roubado, sequestrado… até nos matado! Depois do susto e de uma sensação meio paralisante, veio o sentimento que realmente tivemos sorte, já que conversamos com muitos colombianos e realmente hoje em dia isso não é comum acontecer.

O governo da Colômbia trabalha firme em negociações de paz, um presidente com “culhões” enfrentou e fez com que essa organização e outras que seguem a mesma linhagem perdessem força, alguns colombianos não são a favor dos métodos usados, mas a verdade é que a Colômbia é um país lindo e muito mais seguro que nosso Brasil e outros países da América do Sul, com gente muito amável e feliz, que sofre com um preconceito enorme, aos poucos está se livrando desse rótulo que Colômbia significa FARC, violência e drogas.

O exército está em todas as estradas e em muitos pontos onde a violência era enorme, com o sorrisão na cara e o dedão fazendo joia, os soldados mostram que o país caminha para frente, com muito otimismo, como deve ser, para que um dia todos possam ir e vir… pelo menos no que depender desse soldado que fotografamos, os sentimentos puros tem que prevalecer.

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Soldado colombiano com um cãozinho de rua.