Saindo da região dos lagos, a partir de El Bolsón mudou tudo. Com cara de cidade de velho Oeste, parecia um recanto de alternativos e hippies da região.
Nessa parada alimentamos muitos cães, ficamos um pouco vendo o movimento na feirinha de artesanatos, muitas pessoas fazendo picnic por ali e os cães como não são nada bobos sabem que sobra alguma coisa. Ficavam por ali circulando, olhando e lançando seu olhar pidão, logo ganhavam um pedacinho de pão ou qualquer coisa assim.
Eram muitos, era só chamar que eles vinham correndo. Lindos e muito carentes, demos um pouco de carinho e saimos dali com o coração partido.
Mas como ninguém é de ferro também fomos nos alimentar. Comemos trutas deliciosas, a minha com recheio de tomate, cebola e queijo do campo e a do Sérgio com vegetais e creme. Estavam ótimas.
Alimentados, seguimos nosso roteiro, rumo a Trevelin que seria a nossa parada antes de cruzar a fronteira para o Chile pela primeira vez, mas no caminho entramos no Parque Nacional Los Alerces.
Descobrimos que ali existiam vários campings, cercados de picos nevados, lagos, lindas montanhas e bosques. Sendo assim, resolvemos nos arranjar por ali mesmo.
http://www.rioarrayanes.com/castellano/home.html
Pena que o tempo não estava muito bom e não deu para curtir muito e nem tirar lindas fotos.
Logo cedo pegamos estrada e seguimos para a fronteira com o Chile, nossas frutas , ovos e tudo mais foram confiscados na aduana, tudo bem que eu estava com dois bifes escondidos dentro da bolsa, que foi a única coisa que consegui salvar. Não conseguimos trocar dinheiro antes de passar e com o restinho que tinhamos comemos uma lazanha e de sobremesa tiramisu, que deram um piriri danado. Sem mentira o nome do cara da lanchonete era Cocô kkkkkkkk . A comida estava com uma cara boa… mas o efeito…
Caimos na lendária Carretera Austral, sem dinheiro, sem comida, a estrada estava em péssimas condições, começou chover muito forte…
Mas a Nossa Senhora dos Viajantes sem Noção, nos ajudou de novo, colocou no nosso caminho a Odete, uma chilena quase brasileira. Ela nos alugou em Reais uma cabana maravilhosa com lareira, café da manhã no capricho e ainda trocou uns Reais por Peso Chileno, para seguirmos viagem. Uhuuuuuu.
Era 31 de dezembro,caia um mundo de chuva, um frio danado, mas tinhamos que fazer uma escolha, ou ficavamos ali quietos e quentinhos na cabana para passar o reveillon ou caíamos na estrada de novo. Claro que seguimos a segunda opção, bora conhecer o Ventisqueiro Colgante no Parque Queulat. E o sol até apareceu só para a gente ver o ventisqueiro e depois chuva de novo!
Chegamos em Coyhaique na noite de 31, encontramos no caminho uma cena inusitada, as meninas da TREWUA, que vamos citar depois, uma coincidência danada!
Alugamos um chalé muito lindo que “aceitava Visa”, ainda tinhamos um dinheirinho que a Odete tinha trocado, fizemos nossa ceia que tinha até um vinho chileno, tudo ok. Só uma curiosidade, não escutamos nenhum grito, bombas e outras coisas, só as família dentro das suas casas comemorando, comemorando mesmo , porque o cheiro de comida que vinha de fora estava ótimo!
Mas no dia 01, quando fomos pagar o chalé o Visa não passou, fizemos 34 tentativas e nada, tivemos que pagar o chalé com todo nosso dinheiro, todo mesmo e ainda faltou e ficamos novamente sem dinheiro e sem comida, detalhe importante, como era feriado estava tudo fechado… casa de câmbio, mercado, tudo!!!
Mas 2014 só estava começando!
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