Saindo da Costa Rica e entrando na Nicarágua começamos encontrar as tão mal faladas alfandegas da América Central, muitos papéis, cópias, seguros, taxas para tudo, enfim…paciência e jogo cintura para fugir dos locais que querem “ajudar” e ganhar o seu. Desenvolvemos uma técnica que funcionou e descobrimos que passar fronteira aos domingos facilita um pouco as coisas. A vista dos vulcões Concepcion e Maderas na Isla Ometepe assim que entramos na Nicarágua já indicava que seria um pais muito interessante, terra de lagos e vulcões, ativos em sua maioria, nos sentimos num caldeirão borbulhante, passamos um pouco rápido, mas o suficiente para conhecer lugares bem legais e viver experiências inesquecíveis.
Na primeira noite dormimos na passagem para a “Isla Ometepe”, na dúvida se passaríamos no ferry do outro dia não, os vulcões estavam comprometidos e muitos lugares da ilha estavam inacessíveis, decidimos que não valeria o investimento, já que não é muito barata essa travessia, fomos conhecer outras partes do país, mas valeu a noite por ali porque fizemos grandes amigos!
Nossa primeira parada foi em Granada, um dia por ali foi suficiente para conhecer as dezenas de igrejas cheias de história, comer comida típica sentados na pracinha e ver o vai e vem das pessoas. O lugar é bem simpático, porém, mais simpáticos ainda foram os bombeiros que nos deixaram dormir no batalhão, que tambem servia de estacionamento, um lugar em condições um pouco precárias… que nunca pegue fogo em nada por ali, porque a coisa era feia.
Seguimos para conhecer a Laguna de Apoio, chegamos muito cedo e o tempo estava bem fechado, resolvemos esperar. Os “clientes ” foram chegando e nos divertimos com eles um tempão, na Nicarágua existem muitos cães nas ruas, a vida rural e simples tem relação direta ao abandono dos animais e isso é uma questão muito complicada, as pessoas tão pouco tem para si, julgar não seria correto da nossa parte. Nem notamos que o sol foi aparecendo e transformando a lagoa num lindo azul, nem parecia o mesmo lugar, quem dera se todas as coisas fossem assim, que se transformam aos poucos para o bem, deixando tudo maravilhoso sem se notar.
Nem imaginávamos que nossa maior experiência estava para acontecer quando saimos da lagoa e fomos em direção ao “Parque Nacional Volcan Masaya”. O “Vulcão Masaya” é um dos vulcões mais ativos da Nicarágua, quando fomos subindo a estrada rodeada por um caminho de lava já começamos a sentir o poder e a força da natureza que cerca aquele lugar.
Somente quando chega-se na boca do vulcão dá para ter a real dimensão da cratera, sem contar que abaixo de tudo aquilo, no seu intra-crater a lava borbulha insanamente, emitindo gases extremamente tóxicos e com alta periculosidade sismica vulcânica, por isso a permanência no local se limita a alguns minutos e uma parte do parque estava fechada. Quando o vulcão está calmo, existe um passeio noturno, os seguranças do parque chegam com os turistas no outro lado da boca para ver a lava borbulhante num espetáculo surreal e mesmo se não existe condições para o turismo esses funcionários vão de tempo em tempo checar as condições do vulcão.
Fizemos amizade com uma segurança que disse que na próxima noite seria seu turno de checagem e que se estivessemos por ali nos levaria, passamos a noite acampados no centro de visitantes numa noite mágica onde o silêncio absurdo se misturava com um som inexplicável do vulcão em atividade e a extrema tranquilidade era confundida com pequenos temblores de terra. Despertamos com o dia clareando, fora os funcionários que faziam a segurança só havíamos nós e como sempre um amiguinho cachorro, ele ficou todo feliz quando nos aproximamos e oferecemos comida, aos poucos foram chegando outros turistas e ele ganhava carinho de todo mundo.
No outro dia estávamos muito animados, mal podíamos esperar a noite chegar, encontrar nossa amiga e ver o espetáculo noturno do vulcão, o lugar estava lotado de turistas, vários ônibus e carros, estávamos num papo bom com pessoal quando uma segurança chegou e disse que teriamos que ir embora porque o vulcão estava em ativida máxima, com risco de explosão e que todos tinham que deixar o parque imediatamente…preciso dizer a cena que vimos em seguida? O povo desesperado saindo correndo, entrando nos carros, ônibus passando a mil e nós ainda tínhamos que fechar a barraca de teto, guardar nossas coisas e arrumar nossas muambas que estávamos vendendo, esse vulcão danado não podia esperar um pouquinho, perdemos a venda, não vimos a lava , sem contar que mal sabíamos que dormimos a noite anterior em cima da tampa da panela de pressão.
Fomos seguindo ao norte e o que mais observávamos eram os vulcões todos em atividade, de longe notamos o gigante “Mamotambo” fumaçando muito e por todos os lados, e quando chegamos mais próximo tivemos que pegar um desvio porque a estrada estava interrompida, tudo fervia abaixo de nós.
Seguimos em direcão a Léon, uma cidade bem bonita, almoçamos por ali mas resolvemos nos despedir de Nicarágua na praia, escolhemos “Las Peñitas” e acampamos num lugar muito tranquilo, ali nos preparamos para seguir no outro dia em direção à Honduras, nosso décimo país.
julho 14, 2016 at 6:56 pm
Belas imagens e histórias!
agosto 10, 2016 at 4:47 pm
Faaaala meu velho, tudo bem ai!!!!
Obrigado, e vamu que vamu!!!!
setembro 4, 2016 at 11:04 am
Li no jornal sua expedição ao alasca..que DEUS venha abençoar, guardar e iluminar seus caminhos, pois não é todos que tem bom coração pra sair mundo a fora cuidando de animais abandonados. .parabens ao casal
setembro 6, 2016 at 2:04 pm
Obrigado Roger,
Deus te abençõe tambem. Vamos seguindo em nossa mudança de vida.
Abraços.
outubro 12, 2016 at 1:36 pm
Viagem linda! Fotos maravilhosas! Leve-me com vcs, por este mundo tão lindo!!!!!
janeiro 16, 2017 at 1:09 am
Obrigado Dora!
Inspire-se e faça algo parecido… sempre temos oportunidade de mudarmos nossas vidas… TENTE E VERÁ!!!
BEIJOS