Motivos não faltam para conhecer o Nevado Cayambe. A estrada desde Quito é linda e os “Biszcochos” e os “Quesos de Hoja” que são vendidos em todas as lojinhas da rua principal, humm… isso já vale a ida até Cayambe.
Primeiro fomos conhecer a laguna Mojanda, num dia muito agradável na companhia do Josué, filho do dono do camping que estávamos. Um lugar muito bonito, uma cratera de vulcão. O caminho, repleto de Polylepis, uma espécie de árvore lindíssima, conhecida como “arbol de papel” encantador… pena que a chuva nos espantou e fomos embora com gostinho de quero mais.
No outro dia, já abastecidos das delícia seguimos para o Parque Nacional Cayambe-Coca. Muitas emoções nos esperavam, principalmente a estrada péssima, a tal da seta que nos falaram que havia na estrada, nada mais era que uma subida super íngreme, com pedras gigantes soltas e um precipicio bem ao lado. Estavámos acompanhados na nossa amiga Ana e nós duas entramos em pânico quando o carro começou derrapar… aos gritos o Sérgio mandava-nos descer, a Ana quase chorando, eu gritando… show de horrores, abrimos as portas e pulamos! O pobre do Sérgio teve que descer o carro de ré porque nós falamos que não íamos subir de carro nem que ele nos pagasse… deixamos o carro e seguimos uns três quilômetros caminhando até o refúgio, claro que depois a estrada ficou pior e ele teve que nos aguentar falando… aqui não íamos passar…justificando nosso pânico.
A subida até o refúgio não foi fácil, de novo… altitude, frio e muito cansaço… Mas quando chegamos a frente do lindo monte branco e gelado, a visão que tivemos fez tudo passar, valeu o esforço, o medo e o cansaço.
Tudo em volta espetacular, passamos bastante tempo em silêncio, olhando, apreciando… sentíamos o rosto muito gelado e as mãos duras, mas não dava vontade de ir embora… Observamos um pessoal que ia escalar, já era quase fim de tarde…e eles corajosamente sumiram no monte branco.
Curtimos a descida pensando na vida, tirando muitas fotos do incrível páramo e rezando muito para que o carro estivesse inteirinho no mesmo lugar, estava fácil para um doidão tentar subir aquela tal da seta, descer rolando e levar a pobre Mundrunguinha morro a baixo. Dias incríveis, lugares incríveis. É, a vida pode ser diferente!
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