Sem dúvida nenhuma o país da América Central que mais encontramos cães foi a Guatemala, apareciam em todos os lados, na fronteira enquanto faziamos os papéis da entrada do carro acabamos com toda a ração que tínhamos, surgiam do nada, completamente acabados.
Mas o que nos chamou muito a atenção foi a quantidade de cadelas com as tetas cheias de leite que encontramos, normalmente muito magras pelas frequentes crias, sempre com muita fome e olhar muito triste, clamando piedade.
Conhecemos Michele, pena que não tirei nenhuma foto dela, uma americana que vive em Antigua, que com ajuda de uma amiga veterinária criaram uma fundação que resgata, castra e coloca para adoção os animais abandonados pela cidade, mas como todos sabem a ajuda que chega é sempre pouca, é como enxugar gelo.
Estavamos acampados na Policia de Turismo e neste lugar ela mantém Funny, que já é castrada, por isso é tão sorridente e simpática e a Mamy, que havia dado cria ali e Michele já estava cuidando da castração dela e adoção dos lindos filhotes.
Na cidade de Antigua também haviam muitos, porém em condições um pouco melhores, conversamos com as pessoas e descobrimos que vários comerciantes são amigos dos peludos e de alguma forma colaboram, a cidade é puro turismo e isso também ajuda, muita gente transitando, comendo, sempre sobra alguma coisa para eles sobreviverem. Andando pela cidade encontramos um restaurante italiano mais que especial, tentamos conversar com o dono, mas ele não estava, queríamos parabeniza-lo por uma coisa tão simpática. Também encontramos um hostal com potes de água na porta para os bichinhos e uma vendedora de cachorro quente que ajudava muitos peludos na cidade.
Como nos humanos a falta de amor deixa marcas brutais, o olhar de um cachorro de rua expressa todo sofrimento que ele sente no seu pequeno corpo, mas sua alma segue pura e órfã. No lago Atitlán conhecemos “Eliot” que viaja com sua família, da França eles despacharam o carro para o Canadá, cruzaram todo os Estados Unidos, México e seguem em direção ao Ushuaia na Argentina. Eita garoto lindo, feliz e sortudo, brincava com todos que passavam e era amigo de todos os vira latas que passavam, descoladíssimo! E a diferença no olhar? Felicidade e amor transforma, sempre, até uma planta tratada com amor é muito mais viva.
Sorte esta que muitos não tem, que vivem a beira das estradas, correndo todo tipo de risco, passando fome, sofrendo todo tipo de maus tratos, morrendo esmagados muitas vezes por criaturas que fazem isso de propósito. Na Guatemala vimos uma cena de horror, havia um cachorro morto na beira da estrada, era grande e parecia que havia sido atropelado recentemente, colocaram uma garrafinha de yogurte vazia na boca do dele. Realmente não dá para imaginar que tipo de “gente” tem coragem para fazer uma coisas destas. Seguimos.
dezembro 4, 2016 at 1:46 pm
Que projeto lindo, parabéns. O ideal seria que todos os cães de rua fossem castrados, para evitar a procriação.
janeiro 16, 2017 at 1:01 am
EXATO!!!!!
Beijos!!