Chegar a Machu Picchu, o símbolo mais típico do Império Inca não é das tarefas mais fáceis. Ir ao Peru, mais precisamente a Cusco e não visitá-la é a mesma coisa de não ter ido. Patrimônio Mundial da Unesco, impressiona pela grandiosidade e perfeição, do alto parece grande, mas caminhar por toda cidade, subindo e descendo te mostra que ela é muito maior que se imagina e muito mais impressionante.
Existem algumas maneiras de chegar:
De Cusco, toma-se uma van até Ollantaytambo, de lá o trem até Águas Calientes e mais o micro-ônibus para subir até a cidade Inca.
Tem a opção que até então, eu acreditava ser a dos mais corajosos, que é a clássica Trilha Inca, uma caminhada de quatro dias, com guias especializados, e ônibus á partir de Águas Calientes.
E a que escolhemos, sete horas de carro até a Hidrelétrica de Santa Teresa e caminhada de duas horas e meia, pelo trilho de trem até Águas Calientes. Com a opção de mais uma hora caminhando até o topo da montanha ou pegar o micro-ônibus á partir de Águas Calientes.
Bom, claro que não foi tão simples assim, vamos ao relato:
Saímos sem pressa de Cusco no meio da tarde e dormimos no meio do caminho, na cidade de Pisac. Boa escolha.
Bem cedo fomos em direção a Santa Maria. Estrada espetacular, a altitude e a névoa logo apareceram, mas sem novidades.
Quando chegamos a Santa Maria, nem imaginávamos o que estava por vir, a distancia de menos de vinte quilômetros até Santa Teresa, foi o pior trecho que havíamos visto.
A época de chuvas contribuiu para isso, a estrada estava desmoronando, literalmente. Com desfiladeiros e partes que só havia espaço para um carro, os guias locais, os táxis e as vans, vinham nas curvas loucamente buzinando. Eu nem me movia… esse trajeto de menos de vinte quilômetros demorou quase duas horas de puro pânico. Para completar a aventura, uma tromba d’agua tomou conta de uma parte da estrada e tivemos que passar numa improvisada ponte de madeira, com a água levando tudo que estava abaixo, não dava nem para ver onde estava a ponte de tanta água que vinha, a única referência eram dois ferros que indicavam onde estava a tal ponte.
Vários turistas que tiveram que descer de uma van que ia a nossa frente, cruzaram a ponte a pé, por causa do peso, estavam do outro lado da ponte tirando fotos e gritando. Quando passamos aplaudiram e gritaram muito mais. Ainda o Sérgio vira pra mim e diz… não acredito que você não filmou!!! Eu não conseguia nem piscar… de tanto medo.
Enfim, chegamos a Santa Tereza e fomos direto aos maravilhosos banõs termales, que nos indicaram para tirar toda aquela tensão e descansarmos para o outro dia que seria muito cansativo. Afinal iriamos a Machu Picchu e seriam quase três horas de caminhada.
Quando tentamos sair das termas Cocalmayo, a estrada toda tinha desbarrancado, tivemos que passar a noite por lá e ficar até as quatro horas da tarde do outro dia. Já estávamos parecendo uva passa de tanto ficar na água quente.
O bom disso, foi que um casal que havíamos conhecido em Cusco, apareceu por lá. Liliane e Allain vieram caminhando desde Santa Teresa e conseguiram passar pelo monte de lama que havia se tornado a estrada.
Pela manhã saimos em direção a hidrelétrica com os amigos, fomos de táxi, para dar um descanso para a pobre Mundrunga.
Depois de caminhar por quase três horas, que nem deu para sentir, de tão gostoso e tranquilo que era o caminho, chegamos a Águas Calientes, aos pés de Machhu Picchu.
Nem pensamos na possibilidade de subir a pé, pagamos a caríssima entrada do parque, mais as caríssimas passagens do micro-ônibus e rapidinho chegamos ao topo da montanha mais impressionante de todas. Não há como descrever, nenhuma foto demonstra. Só quem esteve lá vai saber como é.
Depois de vários dias de chuva, o céu estava lindo e se abriu do começo ao fim da nossa aventura. Ainda retornamos na caminhada pelo trilho do trem, andamos novamente quase três horas e retornamos a hidrelétrica, maravilhados com tanto que vimos.
No outro dia acordamos cedinho para ir embora, choveu a noite toda e achamos melhor perguntar sobre a estrada… a resposta foi maravilhosa.
“É… se vocês vão é melhor ir logo, porque se sair um sol muito forte esquenta a terra e ai cai mesmo.” Melhor nem ter perguntado…
A única coisa que pude fazer foi chorar de medo assim que o Sérgio apontou o carro naquela estrada pavorosa. Mas mais uma vez a Nossa Senhora dos Viajantes sem Noção nos ajudou!
maio 14, 2015 at 10:31 pm
Lindas fotos…….Machu Picchu é lindo e místico…..a sensação é única……tive a felicidade de conhecer esse lugar.
maio 15, 2015 at 3:27 am
Lindas fotos, ótimos relatos!
Me senti viajando com vcs!!
Ahhhh… Eleni, já aconteceu isso comigo, de não consegui tirar foto e filmar de tanto medo da Estrada e escutar do roberto a mesma coisa!!! Não acredito que vc mão filmou!!!
Kkkkk 😛
Boa continuação, juízo e sempré saudades!!!
Bjs
maio 24, 2015 at 3:11 pm
Olá Eleni e Sérgio.
Sou um apaixonado por longas viagens e curto muito as vossas aventuras. Curto muito o PROJETO MUNDO CÃO e os parabenizo por isso. Gosto muito dos animais.
No dia em que partiram para o Alaska, vocês estavam estacionados na rua onde moro, em São Caetano, onde passei com minha bike e me despertou a curiosidade em conhecê-los. Minha esposa passava pelo local com a Lara (golden retriever), chegou a trocar algumas palavras com vocês, onde pegou um folder do projeto e passei a acessar o site.
Nossas viagens sempre foram dentro do Brasil e estou planejando para 2016 uma viagem pela América do Sul, começando por Macchu Picchu, entrando no Peru pelo Acre, voltando pelo Atacama e entrando por Foz. Futuramente será Ushuaia.
Espero um dia poder colher algumas informações e dicas de vocês.
Abraços!!!
maio 26, 2015 at 5:28 pm
Fala Elton, tudo bem meu amigo?
Bem legal que você nos acompanhe, muito obrigado. Nós lembramos sim de sua esposa e da Golden, sempre lindos os Golden rsrs.
Na verdade estávamos parados na frente da cas dos meus pais. Moramos lá a vida toda. Quem sabe não nos conhecemos??!!
Sobre a viagem, te comento que iremos subir al Alasca e voltamos dirigindo até o Ushuaia (de novo) e com certeza podemos nos cruzar em algum canto da AM Sul e fazer um trecho juntos. Porque não!
O que precisar de dicas fique a vontade e tenha sempre em conta: MARQUE UMA DATA DE SAIDA E RESPEITE SUA DECISÃO!
Feito isso você vai ver que tudo vai acontecer e o Universo conspira a favor quando decidimos realizar nosso sonhos!
Vai fundo meu amigo e seja feliz. A vida é uma só e temos que dar o devido valor a ela!
Faça isso.
Estamos por aqui.
Grande abraço!
agosto 11, 2015 at 12:00 am
Adorei os relatos. Rssssss
agosto 12, 2015 at 8:46 pm
Valeu Jailton,
Abração meu velho!!!
maio 26, 2015 at 5:22 pm
Gracias!
julho 30, 2015 at 3:14 pm
Valeu!