Fomos tão bem recebidos no Porto de Mazatlán que já saímos com uma expectativa maravilhosa sentido à Baja Califórnia,  a viagem de ferry para a península durou 16 horas, que não foram tão cansativas porque conseguimos reservar uma cabine que dividimos com Andrea e Lola (os italianos), o preço era bem justo e um investimento necessário, já que não tínhamos acesso ao carro no barco que escolhemos.

O amanhecer foi um presente, as cores do céu e da água que se transformavam a cada segundo, sem contar que logo nas primeiras horas da manhã avistamos uma baleia no estonteante Mar de Cortés, a mescla deserto e mar turquesa, típica da Baja Califórnia,  chega a hipnotizar, um cenário grandioso, único e desconhecido até para muitos mexicanos. Quando atracamos na cidade de La Paz já tivemos uma amostra do que seria “Baja”.

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Seguimos ao norte e por uma certa ansiedade, deixamos de ver muita coisa no sul de Baja,    estávamos a menos de 1.500 quilômetros da fronteira dos Estados Unidos,  queríamos ganhar tempo e fazer essa parte um pouco mais rápido, pelas datas que gostaríamos de chegar no Alaska e principalmente por causa do clima, mas aos poucos fomos perdendo essa ansiedade e desfrutando “Baja”, seria muito desperdício passar rápido,  definitivamente era um lugar para explorar.

Chegamos em Puerto Lopez Mateos na última semana da temporada de observação das “Ballenas Gris” (Baleias Cinzas), fomos mais que depressa ao encontro delas,  deixarei a explicação dessa sensação para uma pessoa bem mais experiente, porque com minhas palavras eu não conseguiria.

“A impressão que se tem ao aproximar-se de uma baleia  é, acima de tudo, de enormidade. Sua presença é dominante, arrebatadora. De vez em quando se ouve a respiração dela e alguém talvez seja molhado pelo seu esguicho. É em momentos assim que o homem percebe que se aproxima de uma criatura que está além da imaginação humana; uma presença misteriosa, num corpo em forma de um fantástico cilindro negro.” — Jacques-Yves Cousteau, explorador marinho.

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Hora de seguir para o “Mar de Cortés” conhecido também por “Golfo da Califórnia”, impossível não se apaixonar pelas  praias e pequenos povoados, é um lugar isolado, não é um destino turístico, por isso é um lugar com tanta magia. A sedução do deserto com suas  cores e  flores, o encanto da  vegetação   desértica em conjunto com o azul mais intenso que se pode imaginar, penso que  é uma espécie de sedativo para a alma e para os olhos.

As praias da  bela “Bahia de la Concepción” são inacreditáveis é só escolher uma delas e passar dias e dias  hipnotizado. Fomos de praia em praia, conhecendo gente, observando  pássaros, os golfinhos, os cactos gigantes, esperando o vai e vem do mar e quando caíamos na estrada de novo, percorríamos quilômetros e quilômetros com a mente vazia, só absorvendo a energia da maravilhosa paisagem exótica. Baja é uma experiência.

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E quanto mais seguíamos ao norte, mais belezas solitárias surgiam, até um lindo vale emoldurado por um vulcão encontramos, indicação da Andreia, uma brasileirinha que vinha desde o Canadá sozinha de bike e encontramos na estrada, na estrada também conhecemos o João, meio brasileiro, meio francês, na sua terceira volta ao mundo de bicicleta,  para nós o mais exótico de todos, para se hidratar João toma cerveja e descansa fumando seu cigarrinho.

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Nos limites da Baja Sur, já que o estado é dividido em Baja Sur e Baja Norte, encontramos o “Valle de los Cirius”, mais de 25.000 quilômetros quadrados de área com fauna e flora protegidas, praticamente um jardim botânico natural, com mais de 700 espécies de plantas nativas. A primeira vista o deserto assusta, parece impossível haver vida ali, mas,  coiotes, pumas, morcegos, centenas de tipos de aves e répteis habitam essa biosfera. Essa área natural tem outra particularidade, ela corta a peninsula de costa à costa, sendo banhada pelo mar violento e frio do “Oceano Pacífico” numa extremidade e pelo sereno e impressionate “Mar de Cortés” na outra, com mais de 600 quilômetros de litoral divididos quase igualmente.

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Seguimos à costa do “Golfo” e fomos ao encontro de Mauro, um amigo de Andrea (o italiano) que vive na “Bahia de Los Angeles”, ele nos recebeu  muito bem e nos presenteou com um delicioso passeio de barco, ele estava chateado porque o tempo não estava bom e o céu encoberto, para nós mesmo assim o passeio foi maravilhoso, o mar estava cinza e calmo como um espelho, vimos baleias, famílias de lobos marinhos, lindas ilhas e ainda ganhamos outro presente do Mauro, a vista maravilhosa do amanhecer na sua casa.

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 Entramos na Baja Norte e seguimos pela costa do “Mar de Cortés”, ainda encantados com a paisagem desértica, apesar do tempo encoberto em todo o trajeto. Passamos a noite numa praia totalmente deserta, uma noite mágica, que a lua cheia refletia na ilha branca, a ilha brilhava como se estivesse acessa, na imensidão do silencio e da escuridão a impressão que se tinha era que estávamos solitários no mundo, nenhuma luz, nenhum ruído, ninguém… assustadoramente mágico.

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Nossos dias no México estavam chegando ao fim, rumo à fronteira! A mais aguardada de todas, mas antes,  passamos uma noite nos bombeiros voluntários  de “Mexicali”, com direito a entrevista no jornal local. Pudemos falar do nosso projeto e fomos até reconhecidos na lavanderia (rss). Para a alegria dos nossos amiguinhos cachorros  tínhamos que acabar com a ração para entrar no novo país e eles adoraram!  México foi um país cheio de histórias, intenso, o resumo: Valeu cada quilômetro!  Com frio na barriga, United States, estamos chegando “Good luck for us”.

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